Finalmente chega o dia 3 de
Outubro de 2012...
Voo marcado para as 20h, com hora
de chegada prevista a Luanda às 5h30...
Avião com óptimas condições,
chegámos um pouco depois da hora, mas o pior ainda estava para vir...
Claro que 1h30min para fazer a mudança
entre aviões (+ check in, que não permitiram fazer na totalidade no Porto) é
difícil em qualquer parte do mundo...mas em Angola é impossível!
Chegados a Luanda, saídos do
avião, abordámos um funcionário da alfândega e explicámos a situação, pelo que
fomos orientados pela fila dos VIPs (“Xutos e Pontapés” com o respectivo agente
mal-educado Manuel dos Santos), passando rapidamente o controlo de
entrada...nem parecia que estávamos num País de 3º mundo! No entanto, logo de
seguida barram-nos a passagem e pedem-nos o boletim de vacinas internacional
(mas isto só para os estrangeiros do aeroporto), situaçáo totalmente
desnecessária quando o visto só é obtido com as vacinas todas regularizadas!
Abordámos um 2º funcionário do aeroporto (deviamente identificado), para que
nos ajudasse a apanhar o próximo avião, a tempo! Informou-nos que seriam
necessários 100 dólares para que encontrassem mais rapidamente a nossa bagagem
(para motivar os senhores que tratam das bagagens!). Disponibilizada a quantia,
levou-nos até ao terminal das partidas...mas do aeroporto comercial que, não
sabíamos nós, é separado do internacional. Ora, arranja-nos um “táxi” e diz-nos
que para passar mais rapidamente pelo check in são precisos mais 200 dólares!
Isto permitiu-nos passar à frente de uma fila de gente e não parar na alfândega
(onde já clamavam por nos abrir as malas). Subornos atrás de subornos! Já eram
8h e o avião estava mais que perdido, no entanto, as 200 moedas permitiram
enviar as 4 malas que levávamos, sem protestos - 2 pessoais, cada uma com 30kg,
2 com material hospitalar, cada com cerca de 20kg – situação do conhecimento
apenas do chefe do voo inicial. + 20 euros antes da suadosa despedida e
finalmente atravessámos para o maravilhoso duty free...nada mau para quem já esteve
no aeroporto da ryanair em Paris. A informação que nos tinham dado do vôo
estava toda trocada...na área dos gates ninguém sabia nada de nada...havia 9
monitores, mas durante 4 horas que lá estivemos nunca exibiram nenhuma
informação, para além desta.
E aqui a 1ª refeição em
Angola...que bem que soube...très typique!
De referir, que os Angolanos
parecem ser autênticos cavalheiros...de todos os 3 subornos, o sr. pedia sempre
para o Jorge se deslocar à parte...já que estes são assuntos demasiado mundanos
para os ouvidos de uma donzela :)
Partida à hora certa de Luanda,
com as malas à espera antes da partida à porta do avião para as identificarmos
como nossas.
Chegada a Lubango às 14:30, com as 4 malas
connosco, à saida do Aeroporto de Lubango barram-nos a saída, querem ver as
malas... explicámos que somos médicos, vimos cá em missão humanitária, que as
malas tinham material médico que tinha sido doado. Sem sucesso... Levam as
malas para a alfândega, onde conhececemos
o Chefe Santos – chefe alfandegário, ao qual explico o nosso propósito,
mas sem grande compreensão, deixou no
entanto uma luz ao fundo do túnel, não abriu as malas e pediu uma Carta de
Doação do Hospital.
Fomos muito bem recebidos no
aeroporto pelo Dr Norman Henderson que nos tentou ajudar na questão das malas e
uma aluna de secundário Bruna (americana a viver em Angola), com 18 anos a
fazer um estágio de Cirurgia/Medicina. Fomos a casa deixar as malas... nada mau
Partimos de seguida para a
Clinica Evangélica de Medicina do Lubango, o trajecto demora cerca de 30 min em
estradas que são uma delícia.
Fomos apresentados ao Dr Stephen
Foster e ao restante pessoal hospitalar, foi nos dado acesso à rede sem fios do
hospital... (hum... rede sem fios...)
Ainda assistimos a algumas consultas
do Dr Stephen (Dr Estevão para todos) onde entre outros casos observamos uma
hérnia ventral gigante e com 3 recidivas.
Regressados à nossa nova casa às
19:30, já o jantar estava pronto, conhecemos a nossa anfitriã Peggy, que tal como
o Dr Foster é uma simpatia. Pãozinho caseiro – tipo foccaccia, queijo tipico de
Huilla, Sopa de legumes com caril e pecan chololate brownie cake foram uma boa
forma de terminar o dia.
Depois foi montar as redes de
mosquiteiro e... dormir, até porque às 22h-22.15 o gerador desliga-se e ficamos sem luz nem
água quente até de manhã.
Amanhã o dia começa às 7
horas no pequeno almoço....
(Sim... estamos com um dia de
atraso mas amanhã acertamos)
Bem...isso foi um início atribulado!! Oh Margarida, eu começo a achar que é tu que dás azar nos aeroporto! O Jorge tem que aprender a dar um aperto de mão, com uma notinha dobradinha no meio...hehe!
ResponderEliminarAguardamos notícias!!!
Por cá, acho que está tudo na mesma!!
Beijocas
Cláudia