sábado, 6 de outubro de 2012

Viagem


Finalmente chega o dia 3 de Outubro de 2012...
Voo marcado para as 20h, com hora de chegada prevista a Luanda às 5h30...


Avião com óptimas condições, chegámos um pouco depois da hora, mas o pior ainda estava para vir...
Claro que 1h30min para fazer a mudança entre aviões (+ check in, que não permitiram fazer na totalidade no Porto) é difícil em qualquer parte do mundo...mas em Angola é impossível!
Chegados a Luanda, saídos do avião, abordámos um funcionário da alfândega e explicámos a situação, pelo que fomos orientados pela fila dos VIPs (“Xutos e Pontapés” com o respectivo agente mal-educado Manuel dos Santos), passando rapidamente o controlo de entrada...nem parecia que estávamos num País de 3º mundo! No entanto, logo de seguida barram-nos a passagem e pedem-nos o boletim de vacinas internacional (mas isto só para os estrangeiros do aeroporto), situaçáo totalmente desnecessária quando o visto só é obtido com as vacinas todas regularizadas! Abordámos um 2º funcionário do aeroporto (deviamente identificado), para que nos ajudasse a apanhar o próximo avião, a tempo! Informou-nos que seriam necessários 100 dólares para que encontrassem mais rapidamente a nossa bagagem (para motivar os senhores que tratam das bagagens!). Disponibilizada a quantia, levou-nos até ao terminal das partidas...mas do aeroporto comercial que, não sabíamos nós, é separado do internacional. Ora, arranja-nos um “táxi” e diz-nos que para passar mais rapidamente pelo check in são precisos mais 200 dólares! Isto permitiu-nos passar à frente de uma fila de gente e não parar na alfândega (onde já clamavam por nos abrir as malas). Subornos atrás de subornos! Já eram 8h e o avião estava mais que perdido, no entanto, as 200 moedas permitiram enviar as 4 malas que levávamos, sem protestos - 2 pessoais, cada uma com 30kg, 2 com material hospitalar, cada com cerca de 20kg – situação do conhecimento apenas do chefe do voo inicial. + 20 euros antes da suadosa despedida e finalmente atravessámos para o maravilhoso duty free...nada mau para quem já esteve no aeroporto da ryanair em Paris. A informação que nos tinham dado do vôo estava toda trocada...na área dos gates ninguém sabia nada de nada...havia 9 monitores, mas durante 4 horas que lá estivemos nunca exibiram nenhuma informação, para além desta.


           E aqui a 1ª refeição em Angola...que bem que soube...très typique!


De referir, que os Angolanos parecem ser autênticos cavalheiros...de todos os 3 subornos, o sr. pedia sempre para o Jorge se deslocar à parte...já que estes são assuntos demasiado mundanos para os ouvidos de uma donzela :)
Partida à hora certa de Luanda, com as malas à espera antes da partida à porta do avião para as identificarmos como nossas.

                        



 Chegada a Lubango às 14:30, com as 4 malas connosco, à saida do Aeroporto de Lubango barram-nos a saída, querem ver as malas... explicámos que somos médicos, vimos cá em missão humanitária, que as malas tinham material médico que tinha sido doado. Sem sucesso... Levam as malas para a alfândega, onde conhececemos  o Chefe Santos – chefe alfandegário, ao qual explico o nosso propósito, mas sem grande compreensão, deixou  no entanto uma luz ao fundo do túnel, não abriu as malas e pediu uma Carta de Doação do Hospital.
Fomos muito bem recebidos no aeroporto pelo Dr Norman Henderson que nos tentou ajudar na questão das malas e uma aluna de secundário Bruna (americana a viver em Angola), com 18 anos a fazer um estágio de Cirurgia/Medicina. Fomos a casa deixar as malas... nada mau


                                   


Partimos de seguida para a Clinica Evangélica de Medicina do Lubango, o trajecto demora cerca de 30 min em estradas que são uma delícia.


                                   



                                   



Fomos apresentados ao Dr Stephen Foster e ao restante pessoal hospitalar, foi nos dado acesso à rede sem fios do hospital... (hum... rede sem fios...)
Ainda assistimos a algumas consultas do Dr Stephen (Dr Estevão para todos) onde entre outros casos observamos uma hérnia ventral gigante e com 3 recidivas.
Regressados à nossa nova casa às 19:30, já o jantar estava pronto, conhecemos a nossa anfitriã Peggy, que tal como o Dr Foster é uma simpatia. Pãozinho caseiro – tipo foccaccia, queijo tipico de Huilla, Sopa de legumes com caril e pecan chololate brownie cake foram uma boa forma de terminar o dia.
Depois foi montar as redes de mosquiteiro e... dormir, até porque às 22h-22.15  o gerador desliga-se e ficamos sem luz nem água quente até de manhã.
Amanhã o dia começa às 7 horas  no pequeno almoço....
(Sim... estamos com um dia de atraso mas amanhã acertamos)

1 comentário:

  1. Bem...isso foi um início atribulado!! Oh Margarida, eu começo a achar que é tu que dás azar nos aeroporto! O Jorge tem que aprender a dar um aperto de mão, com uma notinha dobradinha no meio...hehe!
    Aguardamos notícias!!!
    Por cá, acho que está tudo na mesma!!
    Beijocas

    Cláudia

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